terça-feira, 10 de maio de 2011

A doença como Caminho


     Terminei de ler a pouco o livro "A doença como caminho" dos autores Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke (2007), tradução de Zilda Hutchinson Schild. Editora Cultrix, São Paulo.
     O livro da década de 80, escrito por um psicólogo e um médico despertou a minha curiosidade na última Bienal começando pelo título. Perguntei-me como uma doença pode ser o caminho para a cura? O que curar além da doença?  As reflexões foram muitas durante a leitura da obra, tanto que senti uma imensa necessidade de conversar sobre as impressões que tive, portanto esse texto não tem nenhuma pretensão em ser um resumo do livro, apenas comentários da conversa que mantive com a obra durante o processo de leitura.
     Os primeiros capítulos levam a pensar sobre as polaridades que encontramos no universo: bem/mal, certo/errado, positivo/negativo, virtude/pecado, entre outros. Afinal somos o tempo todo cercado pela dualidade que convivem em nosso consciente e influenciam diretamente em nosso ego. Vivemos em eterno conflito com as escolhas que fazemos dividindo sempre tudo em dois pontos e geralmente, "com culpa", descartamos um para escolher outro, faz parte da escolha. É difícil compreendermos que no momento fizemos o melhor escolha e no subconsciente fica sempre a dúvida se fizemos o melhor.
      Partindo desse conceito os autores discutem como as doenças chegam em nosso corpo físico emanadas do psíquico. Qual a mensagem que as doenças nos trazem dos nossos conflitos internos que muitas vezes nem sabemos quais são. A somatização emocional passa a manifestar-se no corpo.
      Portanto o autoconhecimento é fundamental nesse caminho, sugerido pelos autores, buscamos prestar mais atenção em nós mesmos, ser honesto e enfrentar a própria "sombra" são algumas formas apontadas para que a cura seja total. Observar o caminho do corpo ao psíquico talvez traga a compreensão da origem da doença.
      Podemos pensar que, a grosso modo, isso é muito fácil; mas não é! Incorporar essa compreensão leva tempo pois o nosso ego sempre busca impor o que já está estabelecido em nós ao longo do tempo. Sabendo que somos um conjunto (corpo, mente e espírito), o olhar passa a ser diferenciado para as doenças que nos afligem, pois não trata-se apenas de simples somatização mas algo bem mais profundo instalado no seu ser.
      Concluindo, a linguagem oferecida pelos autores é agradável, clara e objetiva, oferece uma reflexão e desperta uma necessidade de aprofundarmos no autoconhecimento.